Apresentando LENINE MELO AKA DJ LETRA AKA THE FUNKMAN

15-11-2020

Hoje temos no BLOG, a pessoa que tem carregado nas costas o HIP HOP CRIOLO (HHC) desde o séc. XX. Tem tanto de talentoso como de teimoso, porque só isso explica estar tanto tempo como uma das maiores referências do movimento. É conhecido por todos e todos o conhecem[TT1] . Amam ou odeiam-no. Mas ninguém pode negar toda influência que ele teve, tem e terá neste nosso movimento.

Temos a honra de ter no BLOG, o HOMEM das mil FACES do HHC; Lenine Melo de nome próprio mas conhecido por DJ LETRA.

  • Imaginando que a pessoa caiu hoje no Planeta HHC, e não sabe quem és, podes apresentar-te a essa pessoa? (NOME, IDADE, TEMPO NO MOVIMENTO E O QUE MAIS FAZES PARA O MOVIMENTO)

Yes, yes, yall (KRS ONE vice)!!!!

Meu nome de registo é Lenine M. Lima de Melo mais conhecido por DJ Letra a.k.a Selecktah KentFriu a.k.a the FUNKMAN, 43 anos de idade, já há mais de duas décadas a dar luta na divulgação e na valorização do Hip Hop e faço de tudo para que o movimento esteja de boa saúde.

  • Muitos de nós temos em ti um dos pilares, um dos maiores, deste movimento. Sentes isso como uma grande responsabilidade que colocamos nas tuas costas ou é apenas consequência do que fazes? Já sentiste vontade de desistir em algum momento que o peso foi superior?

Bom para ser sincero sinto isso como uma pequena consequência (e que boa consequência eheheh!!), porque faço isto por amor e por simples prazer, mas porém emprego muita responsabilidade e compromisso no que faço, mesmo sendo um hobbie também me dedico muito ao que faço.

  • Tu falas muito do passado, do voltar para as bases do Hip Hop. Isso faz-te ser chamado de antiquado, retrógrado e extremamente conservador. Mesmo com todas estas críticas, nunca te vi ter dúvidas neste teu pensamento. Podes falar um pouco acerca disso e explicares os teus motivos?

De facto acho que sou muito conservador, falo muito no passado porque é onde existe a base do todo, como se diz por aqui - Não se pode obter um tecto em cima da tua cabeça se não houver uma fundação firme por baixo dos teus pés.

As críticas para mim são pedras sólidas com quais construo as paredes da minha fortaleza (espírito) e as pedras ruins simplesmente as uso para fazer calçadas, mesmo tendo em conta que temos de ter muito cuidado onde pisamos. E caminho em um sentido só e esse sentido é o pensamento da razão e simplesmente não penso porque sei que estou certo e firme na minha forma de pensar.

Assim como eu critico, também estou apto para receber críticas e simplesmente uso o que houver de bom para ser aproveitado.

  • Por exemplo, és extremamente "crítico" ao TRAP, principalmente quando as pessoas apresentam o TRAP como uma evolução. Sendo que também eu não concordo com isto, podes explicar a quem nos lê porque o TRAP vai ser sempre apenas uma vertente e nunca uma evolução?

Ehehe!! Não critico o Trap mas sim os Trappers, tal como critico muitos Boom Bappers também, mas isto é relativo. O Trap sempre será uma vertente e não uma evolução, a cultura Hip Hop evolui em vários sentidos e estamos a falar do Trap, um estilo que sempre existiu e hoje é da categoria mainstream, onde a mensagem é basicamente centrada em ostentação, criminalidade e também de rixas entre artistas, embora haja muitos trappers que têm uma boa mensagem mesmo sendo ela de contextos negativos. A evolução está na forma de ver, fazer e pensar e não no instrumental, penso eu de que!

Moda que Black Side dze "Evolução parcem kel ta manda na nós".

  • "Nô bem faze kriolada grand ot vez" - Quando e porque achas que a KRIOLADA ficou pequena? E quando falas em voltar grande outra vez, o que queres dizer com isso?

Ora, antigamente a Kriolada girava em torno da criatividade e muito era vontade e necessidade de fazer o rap da forma mas genuína possível, além da grande convivência e do apoio da parte do público e dos próprios rappers que se apoiavam uns aos outros, havia uma grande irmandade e respeito, faziam-se grandes shows e notava-se um real sentido de MOVIMENTO.

Infelizmente hoje já não existe nada disso e se houver é escasso e com pouco sentimento envolvido. Todo mundo quer ser Superstar e brilhar, mas ninguém quer batalhar para que isso aconteça.

E quando falo em "voltar grande outra vez" é trabalhar no sentido de trazer o MOVIMENTO de volta, organizando esses eventos virados somente para a cultura Hip Hop, mesmo sabendo que os próprios rappers não virão apoiar a tal CULTURA que muitos afirmam AMAR. Enfim, a santa hipocrisia.

  • O início do séc. XXI ficou marcado por vários conflitos entre grupos de jovens, que fizeram com que os média tentassem associar estes conflitos ao RAP. O que podes partilhar connosco destes dias e porque achas que na altura sempre metiam o "RAP" nestas confusões? Eu na altura estava no Brasil e não acompanhava o HHC mas cheguei a receber alguns sons onde havia beefs de uns para outros.

Não sei se te estás a referir à época dos BEEFs entre Rappers ou da época da guerra entre "Gangues", mas essa época foi bastante crítica para o Hip Hop Kriol. Como disseste os média associavam estes conflitos ao Rap porque, por vezes, nesses grupos havia alguém ligado à musica Rap e por sua vez esses rappers faziam músicas incitando à violência nas suas mensagens "pa incendia lume", como se diz em um bom kriol, de modo que os média só faziam más notícias relacionadas ao Rap. Mas o facto é que nessa época o Rap caiu no desrespeito da sociedade e o mais terrível foi cair na descrença dos ouvintes. Por causa disso muitos ouvintes e grandes seguidores pararam de ouvir e ainda hoje não ouvem o Rap, e se ouvirem é um Rap bastante comercial ou é um Rap com uma mensagem bem direccionada e bem motivadora tipo as músicas do Batchart.

Em relação aos beefs, quando se entra no mundo da rima os beefs estarão sempre presentes porque é a forma dos rappers se criticarem uns aos outros, e como muitas vezes as coisas saem do controlo verbal e desata-se a pancadarias, ehehehe!!! e falo por experiencia própria porque já fui vítima disso, embora ainda sem saber qual foi a razão... mas a era do beef teve o lado negativo mas também teve os pontos positivos, houve muita criatividade e qualidade de trabalhos feitos na altura e isso não se pode negar.

  • Consegues viver do HHC? Caso não vivas, o que achas que falta para conseguires isso? (tu e os outros que fazem com a mesma entrega).

Não, não consigo viver do Hip Hop Kriol. Pelo menos aqui em CV, e também não vejo isso a acontecer sequer em outro lugar, a indústria musical cabo-verdiana ainda não tem um suporte devido para os artistas Caboverdianos e pior ainda para a comunidade Hip Hop Kriol, de modo que é necessário criar meios. Embora hoje em dia as formas de promover os trabalhos já sejam mais acessíveis e bem mais fáceis de fazer do que antigamente, o público é consumidor de música sim mas não comprem as músicas ou sequer outros produtos dos artistas em Cabo Verde, ou seja, não temos um mercado que possa sustentar a carreira de um MC/Rapper.

Podemos fazer um "paus" sim, nos eventos tipo festas, mas isso é só para os artistas do mainstream que possuem um número considerável de fãs seguidores, já a malta Underground, que são os que fazem o Rap realmente por amor, vai ter que se contentar só com as boas dicas de motivação dos amigos mais próximos.

  • Quando procuras um artista para um trabalho em conjunto, o que procuras neste artista? É sempre o "teu amigo" ou tens de sentir que aquela pessoa tem algo que se vai diferenciar?

Na maioria das vezes procuro em um artista algo que o identifique comigo, sendo ele um amigo próximo ou não, eu não tenho essa cena de amigos e se por acaso for um amigo próximo melhor ainda. Eu procuro alguém responsável naquilo que faz. Um dos meus melhores amigos é um excelente MC principalmente em termos lírica, mas não temos trabalhos juntos porque ele não encara o trabalho com responsabilidade.

Nos meus projectos que acaba por ser "o nosso" projecto, procuro alguém que trabalhe com a mesma intensidade com que eu trabalho, procuro em um MC exactamente aquilo que falta nas minhas produções, RHYMES, BARRS, FLOW, ATITUDE e o DELIVERY, para além do amor e a alma, que são ingredientes fundamentais e muitíssimo importantes num projeto onde se cruzam várias ideias num sentido só... e isso faz toda a diferença na cena. Tipo a dupla que eu faço com o Mo Green é um puro exemplo porque há uma certa química, é agradável quando um MC ouve o teu beat e logo ali ele começa a escrever algo que identifica e encaixa perfeitamente com o beat e isso acontece todas as vezes, por isso nós somos os DOUBLE TROUBLE... graças a Deus que em todos os trabalhos que eu fiz até agora em colaboração com outros MCs houve química, porque senão fosse assim os trabalhos não se realizavam.

  • E de onde vem a tua principal inspiração na hora de produzir? Quais são as tuas influências, seja na forma de fazer um beat ou de produzir um álbum?

A minha inspiração vem de diversas direcções e de vários universos, na hora da produção geralmente não penso em nada, simplesmente viajo no que estou a fazer sem pensar em que resultado terei.

Quando coloco um vinil no meu technicks (gira-discos) e pouso a ponta da agulha na superfície do mesmo e oiço os estalos da estática provocados pela sujidade de poeiras no vinil, sentindo o cheiro meio velho das capas dos discos, já é suficiente para subir a minha adrenalina e activar o meu modo e alter-ego criativo e isso é tipo... entro em uma profunda concentração que quase já não oiço nada e ninguém para além do barulho que eu faço com os chops dos samples disparadas através dos pads do maschine.

E é claro que eu tenho os meus "super-heróis producers" que me influenciam muito, mas tenho sempre a preocupação de ser eu mesmo, trazer o meu próprio marco, fazer a minha cena sem ser comparado com outros, fico muito grato quando sou abordado por alguém a dizer:

- quando eu ouvi aquele beat eu disse logo, este é o DJ Letra. Não há nada mais gratificante quando és reconhecido pelo seu marco.

  • Quais foram os maiores desafios que tiveste de ultrapassar no início do HHC e quais são os teus maiores desafios actualmente?

Os maiores desafios que eu tive no início foram quase todos eles kkkkkkkkk!!!! Desde obter os próprios instrumentais[TT4] ... tive de investir em instrumentos e na época comprei um sequenciador YAMAHA QY 70 que pertenceu ao Hernani Almeida por 60.000$ (6.000 euros) ... é isso mesmo, sessenta mil escudos que na época era uma fortuna para quem simplesmente tinha um salário de 15.000$. Para o conseguir tive de fazer um empréstimo onde eu trabalhava, e durante 6 meses era-me descontado 10.000$ e recebia somente 5.000$. Isso foi bastante difícil para mim com uma filha pequena para sustentar e contribuía também na casa da minha mãe onde ainda morava, e isso foi só o começo, fiz mais investimentos e ainda continuo a investir.

Não tínhamos home studio como actualmente, na época ter um registo musical era quase um filme de Indiana Jones ehehehh!!! Uma aventura e tanto e sem falar que corríamos de evento em evento para conseguir 5 minutos de palco sem cachê[TT5] e em condições impossíveis, simplesmente porque queríamos ser ouvidos e com paixão no que fazíamos não importava em que condições nos era dado algum tipo de oportunidade.

Actualmente as dificuldades são quase as mesmas do passado embora já mais suavizadas. Para mim o maior desafio agora é conseguir colocar-me num lugar no mercado musical de CV.

  • Quais são as habilidades fundamentais que um MC deve ter para se destacar. O que mais valorizas num MC?

Para mim as habilidades fundamentais para um MC se destacar estão na atitude e na personalidade. Um MC tem de ter um bom carácter e ser portador de uma boa mensagem, tem de permanecer leal ao que diz e faz e é claro não se pode descartar os dotes versáteis no flow, nas rimas e na entrega.

  • Acabaste de lançar o teu último trabalho "DUPLO CANO" e já sei que tens pelo menos mais um trabalho em produção com o Victor Duarte. Podes adiantar quantos trabalhos tens para sair nos próximos tempos ou ficam no segredo dos Deuses?

Só posso adiantar o seguinte: para aqueles que são seguidores e apoiantes do meu trabalho que fiquem atentos porque por aí vem muita coisa boa e não é só musica não, vou fazer algo que nunca foi feito em Cabo Verde, não sei se o pessoal vai gostar mas vou fazê-lo na mesma, porque eu não trabalho para agradar gregos e troianos... e isso é tudo que posso adiantar até agora.

  • Já que falamos do Victor Duarte, sei e vocês tiveram alguns desentendimentos no passado. Isso é verdade ou nem por isso? O que mudou para passarem de desafectos a parceiros?

Eu e o Victor Duarte nunca tivemos desentendimentos, até porque acho que eu fui a primeira pessoa a oferecer o 1º beat original ao Grupo KGB SQUAD quando eles estavam a trabalhar no álbum "Labirint Psicologico", que é um álbum clássico e de grande referência para muitos rappers em CV.

O que se passou foi o seguinte por um motivo ou outro, que até hoje desconheço mas que agora já não faz a mínima diferença porque tudo foi resolvido da melhor forma possível, o G (Gilson Silva), o líder da calectiva LOd Escur surgiu com uma onda de Beef contra a minha pessoa, a organização Rappers Unid e contra todos aqueles que se juntavam a mim nessa época, como já referi, não sei porque qual foi o motivo mas ouvi dizer que: (segundo o que me disseram)

""Que foi devido a uma actuação do grupo Wild Mindz (grupo constituído por G e Sandro) em uma das edições do evento Rappers Unid. Que, em cima da hora, eles procuraram a organização dos RU para que lhes desse a oportunidade de terem um espaço e tempo de palco, o que lhes foi concedido e que no fim foram exigir um cachê porque a sala estava lotada." E de facto a sala estava lotada.

Rappers Unid nunca pagou nenhum cachê aos artistas e nunca lucrou com os eventos, muito pelo contrário, porque muitas vezes ficavam dívidas por pagar e paguei-as todas do meu próprio bolso sem nenhum problema, ficávamos com dívidas porque a segurança nos bilhetes era fraca e era fácil falsificar um.

E aí voltando à vaca fria, como eu disse, foi o que eu ouvi dizer, mas não me deixo levar pelo que os outros dizem e se foi isso mesmo que aconteceu não sei ao certo, só sei que não entendi o que realmente se passou, mas hoje graças a Deus eu confesso que estou bastante contente por me dar bem com todos os elementos da Colectiva Lod Escur e trabalho com alguns e isso já é muito bom e respeito isso, da mesma forma confesso também que foram oponentes de peso. Kkkkk!!!

  • Vendo a tua trajetória de mais de 20 anos no HHC, tem um MC que esteve sempre lá também desde esse início. Um artista que se mantém, como tu, extremamente activo. E sim, estou a falar de EXPAVI. Podes contar algumas aventuras que tenham passado juntos e que valha a pena relembrar? E como é trabalhar com esta outra lenda do HHC?

Olha, olha, já ali estamos a falar de quase uma vida inteira e de uma família não de sangue mas sim de uma família celestial.

As minhas aventuras com o Expavi são muitas, mas muitas mesmo, que me levaria quase o período da minha existência para as contar ahahah!!! mas encurto num pequeno episódio muito importante.

Os meus primeiros beats.

Eu e Expavi numa tarde fizemos uma cassete (fita) de beats com equipamentos praticamente toscos. Lembro-me de ir ter com ele à casa do pai dele e tinha comigo uma caixa rítmica (praticamente um brinquedo) e ele tinha lá também 2 pianos brinquedos também, aquele tipo de piano que oferecem às crianças pelo natal... Antigamente na casa dele havia uma espécie de Boîte chamada de "Boca dpovo", entrámos na cabine de som e usámos os equipamentos de som que havia ali, um deck dupla cassete, um amplificador, um par de speakers, uma mesa de mistura e um gira-discos velho de onde tirávamos os samples.

Conectámos a caixa rítmica e os teclados ao mixer, pusemos a cassete em um dos porta cassetes do deck, o vinil do soundtrack "Jesus Superstar" (ainda tenho esse vinil e recentemente samplei um trecho [TT8] para produzir a faixa DiploMacia do álbum GUERRA SANTA do Expavi).

E assim iniciámos o dia produtivo, estivemos horas e horas sentados ali a produzir até que fechámos uma cassete de 60mnts só com beats e desses beats surgiu o demo 3º MUND PIRDID, do grupo REBELDS RDS constituído por DJ Letra, Expavi e o Dark (Element D), o primeiro grupo a produzir um Demo-Album no Hip Hop Criol em Cabo Verde e estamos a falar dos finais dos anos 90.

E há muito mais histórias interessantes das quais eu me orgulho em ter o Expavi como parceiro, amigo de verdade e também como Compadre.

E a melhor parte desse dia foi um PON K´OV (pão com ovo) que o pai do Nhafa, nos ofereceu... até à data de hoje sinto o gosto no meu paladar. Kkkkkkkk!!! O melhor pão com ovo de sempre.

  • Se tivesses 10X mais recursos para produzir 10X melhor, como é que estes projectos seriam?

É obvio que esses projetos seriam muito melhores do que 10X eheheh!!! Quando há mais recursos há mais qualidade.

  • A internet é um dos melhores parceiros de quem faz música independente. Qual a melhor forma de aproveitar esta ferramenta na tua opinião? E qual o lado negativo dela?

Sem dúvida que a internet é o melhor parceiro de artistas independentes, a internet veio-nos dar aquilo que chamamos de liberdade. Antes os artistas tinham de estar associados a editoras que praticamente os sugavam, mas graças à internet tudo isso mudou com o surgimento de plataformas de promoção e de vendas de música digitais e muitos artistas têm-se dado bem com isso.

Infelizmente o lado negativo é como já não se vendem CDs físicos o pessoal já não se movimenta em termos culturais, a vivência apagou-se e tudo está centrado em pequenas caixas.

  • Falando agora desta nova safra de MC´s que tem aparecido, queres destacar alguém? E quais as maiores qualidades e defeitos desta nova geração?

Dessa nova safra... ehehe!!! a nova safra... tenho notado muitos talentos, uns nem por isso e outros de louvar pela forma de escrever e de se estar no beat, nesse sentido destaco o Mr. High pela forma de escrever que é muito forte.

Em termos de qualidade, há muita mas um dos muitos erros e defeitos desta nova geração é eles não procurarem entender o que realmente o Hip Hop é, muitos deles pensam que apenas fazer um Trap com vibe já é o suficiente para serem reconhecidos e estarem no centro da cultura Hip Hop.

  • Nomeia 3 artistas/grupos (OK, deixo-te nomear mais se achas pouco), que mais admiras no RAP CRIOLO?:


a) Old School (90 a 2000); Ice Company, KaboFunk Alliance, Rebelds RDS
b) "Middle School"(acabei de inventar, lol!)(2000 a 2010) Hip Hop Art, BTS, MS Fam
c) New School (2010 a actual) Kiddie Bonz, Mr. High.

  • Se pudesses falar directamente a todos os Produtores de Eventos para justificar porque devem abrir os seus eventos para o RAP, o que lhes dirias?

Em relação aos eventos já pouco posso dizer aos organizadores visto que o Rap já está nos eventos, só que é o Rap comercial. O pessoal nos eventos quer é high e vibe e o Rap puro, como dizemos o Rap consciente, nem sempre será de bom gosto em tais ambientes, mas digo-lhes para investirem e darem espaço ao Rap construtivo porque podemos mudar a mente de muitos perdidos com a música e nas festas que essas pessoas vão. 

E espero que a malta do Rap se comporte devidamente porque muitas vezes a razão de não serem convidados é a falta de bom comportamento dos Rappers, não de todos mas de alguns.

  • A tua filha estreou o nosso "VOZ DE FÂ, e logo com um grande impacto. Ficaste surpreendido com a entrevista dela? Há alguma frase ou resposta dela que possas destacar? E queres dizer-lhe alguma coisa directamente?

Ohhhhh, sim, sim! Fiquei bem surpreso e emocionado, quase chorei ahahahah!!! E aproveitando agora agradeço imenso este blog ter feito a tal entrevista.

O que me chamou mais atenção foi quando ela referiu que quando eu saía de casa ela mexia nos meus equipamentos... ahahahah!!! e o que na verdade eu queria era que ela sentisse ao menos um pouco de interesse. Ahahahah!!!

O que tenho a dizer-lhe é que sempre me orgulho dela não somente por ser minha filha mas também por ser uma mulher de pulso forte (teimosa pa cagá uvii, porraaa!!!) ahahah!!! e também que me desculpe por não ter sido aquele pai sempre atencioso, o meu envolvimento com Hip Hop não me deixo sê-lo.

  • Manda aí o teu recado para TODOS os intervenientes do movimento. Fica à vontade e diz o que te vai na alma.

Eh pá! O que posso dizer aos intervenientes é que não desistam do que fazem por um simples obstáculo encontrado no meio do percurso, os obstáculos estão aí para nos fortalecer e tornar-nos mais decididos no que fazemos. Peace, love and have fun.

  • E para finalizar, podes deixar uma palavra de incentivo para o BLOG?

Para o Blog DE FRALDAS PARA O MUNDO [TT11] só tenho é de agradecer esta grande iniciativa que de certo irá engrandecer o Hip Hop kriol, o blog ainda é uma criança mas pode querer que muita merda boa vai cair nessa FRALDA, ahahahahah!!!

Louvo este iniciativa e espero colaborar mais e contribuir naquilo que posso.

One Love.


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